Matueté Blog
28 de maio de 2012

:: Acontece por aí

Há semelhanças entre a construção de um texto e a preparação para uma viagem? Muitas, segundo a escritora e colunista da Companhia das letras Carol Bensimon.

“Daqui a um mês, eu vou estacionar o carro alugado em uma cidade de seis ou sete ruas em Sierra Nevada e entrar arrastando minha mala em uma casa de madeira do século dezenove, onde haverá um quarto reservado para mim a 49 dólares e 90 centavos a noite, quarto 3, the cowboy room. A proprietária vai gostar de falar um bocado e talvez eu fique satisfeita com isso, uma vez que vou estar há nove dias sozinha nesse país estranho, comendo burritos, tirando fotos, procurando sementes de cactos para levar para casa. Essa será a segunda semana de uma viagem que eu planejo há bastante tempo, digamos que uma versão mais simplificada e pé no chão da mítica travessia costa à costa; eu tinha que escolher um lado e então escolhi o oeste. Sem nenhuma dúvida eu escolhi o oeste.

É engraçado o quanto os preparativos de uma viagem se assemelham, no fim das contas, à construção de uma narrativa. A começar pelo traçado do itinerário, evidentemente. Quando decidi trocar o sem-dúvida-embasbacante Grand Canyon por uma pequena cidade ao sul de Tucson chamada Bisbee, isso varreu uns bons milhares de turistas do capítulo Arizona e deu uma cara mais Wim Wenders à minha jornada. Bisbee, pelas fotos, me lembra algumas cenas de Estrela Solitária (Don’t come knocking), embora eu saiba que elas foram gravadas bem longe dali, em Butte, Montana.

Eu também estava pensando em narrativas quando fui escolher a ordem das cidades a serem visitadas. Jeffrey Eugenides é um excelente escritor, mas você já leu aqueles inícios dele? Ele são mais do que bons, são um primor. Queria o primeiro parágrafo de Middlesex para mim, assim como as páginas iniciais de Virgens suicidas. É preciso caprichar muito no início de um livro, e o mesmo para viagens. Um começo desastroso pode comprometer todo o andamento da exploração. Foi por isso que eu decidi não começar por Los Angeles. Seria como alguém vir ao Brasil e ir para São Paulo antes do Rio de Janeiro. Quero dizer, Los Angeles deve ser uma cidade difícil, e você precisa entender um pouco sua complexidade para efetivamente apreciá-la. De modo que San Francisco me pareceu um primeiro passo mais suave. Não há erro quando se trata de casas vitorianas e bondes e pequenas livrarias e aqui-viveu-Allen-Ginsberg.

Eu reservei hotéis. E eu os reservei baseado no meu imaginário de Estados Unidos, que foi construído por um tanto de livros e um tanto de filmes e um tanto de country music, portanto eu não dei bola se não havia micro-ondas no quarto (algumas pessoas no tripadvisor ficam meio obcecadas com isso) ou qualquer outro tipo de mordomia. Eu não tenho nem tevê em casa. Estou lendo Jack Kerouac, On the road. Eu sei, isso é um clichê.

O fantástico sobre uma viagem futura é que você não sabe exatamente o que vai acontecer, e mesmo assim não tem nenhuma dúvida de que lembrará dela para sempre. Elas são cheias de aventura e estranhamento e, caso você não seja uma pessoa que viva um cotidiano de noites viradas e mil e uma confusões com mulheres fatais e gin tônica e danças mirabolantes, o que é exatamente o meu caso, é grande a chance de que esses episódios sejam os pequenos diamantes da sua existência. Portanto é fundamental que você resista a tirar uma foto sorrindo diante de um monumento só pra dizer que esteve lá, como alguns erguem os celulares em um show do Paul McCartney para terem uma imagem tremida e com áudio muito ruim em vez de sentirem o que quer que seja, ali, no momento do show. É fundamental você perder alguma coisa imperdível (segundo o guia de viagem), e então achar o que nem sabia que estava procurando.”

(Texto publicado no blog da Companhia das Letras em 11/05)

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25 de maio de 2012

:: (a) Américas | Insider | Urbano

Como o próprio nome já diz, (Broadway significa “caminho amplo” em português), o circuito formado por 43 teatros tem uma imensidão de opções para todos os gostos. São tantas luzes e cartazes que fica difícil saber por onde começar. Integrante da equipe Matueté, Heloísa de Palma é atriz e não perde os espetáculos do circuito teatral mais famosos do mundo. Aqui ela dá dicas dos melhores shows da temporada.

 “Once” – Baseado no filme de mesmo nome, tem clima de um irish pub, com elenco reunido no palco fazendo uma jam session de músicas irlandesas, e o público convidado a se juntar a eles. Além de aproveitar a música ao lado dos atores, há um bar em cima do palco e o mais entusiasmados podem comprar um whisky e entrar ainda mais no clima da peça. A música é contagiante.

A peça se passa em Dublin e conta a história de Guy, um músico que ganha a vida consertando aspiradores de pó, e Girl, que se apaixona pela música de Guy e o incentiva a acreditar em seu talento. As músicas de estilo folk são lindas e maravilhosamente executadas pelo elenco, que, além de cantar, também toca os instrumentos! O musical concorre ao Tony Awards de 2012 em diversas categorias e vale a pena para quem já viu de tudo e busca algo diferente.

 “Death of a Salesman” – O clássico de Arthur Miller conta com a atuação de Phillip Seymor Hoffmann. A peça não tem grandes efeitos especiais, cenários arrojados ou números musicais. Só teatro e atores. E que atores!

 “The Book of Mormon” – Vencedor do Tony de 2011, o espetáculo continua lotando graças ao texto de humor ácido sobre dois missionários que vão à África catequizar um povoado em Uganda. Muito disputada, entra no roteiro apenas daqueles que planejam suas viagens com antecedência.

“Wicked” – Espetáculo para toda a família, conta a história da Bruxa Má do Oeste, personagem de “O Mágico de Oz”. Com boa música, drama, comédia, cenários, figurinos e efeitos, ganhou o Tony 2004.

“Newsies” – Produção da Disney Theactricals, conta a história de entregadores de jornal no início do século XX que sonham em ter uma vida melhor. O roteiro é complementado por incríveis números de dança e cenários a la Disney, que dispensa maiores comentários e, naturalmente, vem empolgando o público.

“Peter and the Starcatchers” – Grande concorrente ao Tony Awards deste ano, o espetáculo – que conta como Peter Pan se recusou a nunca mais crescer – tem linguagem criativa e atores que se dividem em mais de 30 personagens.

“Anything Goes” – Com composições de Cole Porter, o “musicalsão” tradicional conta com números de sapateado e músicas alegres. E, como todo clássico, não perde sua majestade.

“Evita” – A atriz argentina, Elena Roger, convence na interpretação, mas não vocalmente. Para quem não é um grande fã de Ricky Martin, que interpreta Che Guevara, aproveite o seu curto tempo (afinal, em Nova York o tempo sempre é curto) para explorar outras opções da Broadway.

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:: Acontece por aí

Boas notícias! A Matueté acaba de ser nomeada membro do Fan Club Mandarin Oriental, uma das mais importantes redes hoteleiras do mundo – e uma de nossas favoritas. Estamos entre as cinco agências brasileiras que integram este seleto grupo do Mandarin Oriental.

E, além do reconhecimento, nossos clientes também saem ganhando. Quem se hospedar em um dos hotéis da rede contará com upgrade de categoria de apartamento, se disponível; café da manhã para duas pessoas; e amenities personalizados.

Muito bacana, não é?

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24 de maio de 2012

:: (a) Europa | Acontece por aí | Urbano

A quase um mês das Olimpíadas, Londres prepara-se para a chegada de uma multidão de atletas, turistas e jornalistas. Mas, apesar da proximidade dos jogos, ainda é possível comprar ingressos, encontrar um bom hotel e conferir algumas competições.

Ingressos – Claro que as principais competições já estão esgotadas, mas ainda é possível conseguir entradas para partidas de basquete, futebol, vôlei e outras modalidades.

Para quem não tem nenhuma preferência no roteiro, vale acompanhar as provas ao ar livre. A maratona olímpica, por exemplo, vai passar por pontos turísticos da cidade, como Torre de Londres, Catedral St. Paul e Palácio de Buckingham. Os eventos de vela também serão uma boa oportunidade para visitar as praias da cidade de Weymonuth. Aproveite para ir a Golden Sands.

Hotéis – Para os fanáticos por esporte – e que não querem perder nem mesmo as apresentações de levantamento de peso – a boa dica é optar pelos bairros Essex e Hertfordshire, ao norte da cidade, mais próximo à Vila Olímpica que o super visitado West londrino.

Estrutura – Londres está munida de força extra para receber os Jogos Olímpicos. Só no aerporto de Heathrow mais de mil voluntários estarão a postos para esclarecer dúvidas e auxiliar os embarques. Um mapa desenvolvido pelo Secretaria de Transporte de Londres mostrará o trânsito durante os jogos, e as melhores rotas para fugir de congestionamentos e metrôs lotados. Os mais animados podem optar por ir a pé quando possível ou utilizar os serviços de aluguel de bikes.

Claro que, além das Olimpíadas, Londres oferece uma infinidade de atrações como museus e prédios históricos. Evite filas comprando os ingressos antes.  Durante os jogos também será possível conferir shows e espetáculos da programação Cultural Olympiad.

Dica de leitura: O guia Eat London 2 é uma reedição do primeiro guia publicado em 2007, e reúne todos os principais restaurantes de Londres – desde os mais sofisticados até lugares que só os locais tem o prazer de conhecer. É bem provavél que não haverá um canto tranquilo na cidade, por isso espere por filas e atendimento demorado.

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22 de maio de 2012

:: (a) Américas | Top 5

Algumas cidades ao redor do mundo oferecem ingredientes raros ou pratos tão únicos quanto o lugar onde são preparados. Gabriela Figueiredo – integrante da equipe Matueté – faz uma seleção dos cinco melhores destinos para quando comer bem é o principal objetivo.

PERU


A cozinha peruana – resultado de combinação de influências indígenas, européias, africanas e asiáticas – sobreviveu ao tempo, soube se reinventar e transformou-se em uma gastronomia contemporânea, mas sem perder as raízes. Boa dica é passar pelo Mesa18, restaurante que tem Toshiro Konishi como chef responsável (ele tem Nobu em seu currículo) e curiosos pratos da cozinha fusion japonesa e peruana.

ALBA

Quando chega o outono na região de Alba, no Piemonte italiano, entre outubro e novembro, é aberta a temporada de trufas brancas. Ali, as trufas nascem espontaneamente e são consideradas as mais brancas, intensas e finas trufas do mundo. Não à toa, é uma das iguarias mais caras da gastronomia mundial. Nossa recomendação para apreciá-la? O restaurante San Maurizio Gourmet, na Piazza San Paolo, em Alba – imperdível.

PERIGORD

A região francesa de Perigord – ao sudoeste do país, na região da Aquitânia – é famosa pela produção de trufas negras e pelo melhor Foie Gras do mundo. Ali os gansos e patos são as grandes estrelas e têm até uma estatua em homenagem aos animais em um dos vilarejos. Por lá, recomendamos dois Relais Chateaux: Château de la Treyne e  Le Vieux Logis, ambos com restaurantes fabulosos.

TÓQUIO


Como não poderia deixar de ser, Tóquio abriga o melhor da culinária japonesa, além de ser a cidade com maior número de restaurantes com estrelas Michelin no mundo. Para imergir nesse mundo de sushis e sashimis vale visitar o mercado de peixes Tsukiji.

PAÍS BASCO


Destino ideal para quem quer experimentar a cozinha molecular e descontrutivista do chef catalão – e melhor do mundo – Ferran Adriá. Alguns de seus discípulos abriram seus restaurantes na região basca, como o chef Andoni Aduriz, do Mugaritz, o Juan Mari Arzak, do Arzak e Pedro Subijana, do Akelarre, e atraem curiosos e amantes da nova gastronomia.

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