Em Nova York a receita para um novo restaurante cair nas graças de público e crítica é simples: escolher um lugar badalado da cidade, convidar um chef conhecido e optar por um menu moderno e sem muita identidade. O nome da vez segue todos os requisitos e, não à toa, é o restaurante da temporada.
O Atera, do chef Matthew Lightner (ex chef do Noma, na Dinamarca, e Mugartiz, na Espanha), inaugurou no bairro Tribeca com pouco barulho e provocou efeito contrário. Com apenas 12 lugares e dois turnos de jantar, o restaurante tem atraído olhares curiosos e listas de espera. O lugar segue a linha “tasting room”, e serve apenas menu degustação com 10 pratos com influência da cozinha escandinava e tasting de bebidas.
Essa, aliás, é uma corrente que tem crescido em Nova York e que vai à contramão de grandes salões com mesas cheias e cardápios sem fim. Outros estabelecimentos, como o Momofuku Ko – disputadíssimo – e o bem cotado Brooklyn Fare, também apostam em salas de degustação e a extinção do cardápio à la carte. O resultado são cerca de dez a 17 pratos, extensa carta de bebidas (que nem sempre harmonizam com o menu), intermináveis filas e reservas quase impossíveis. O Momofuku Ko, por exemplo, tem decoração simples, música ambiente altíssima e, ainda assim, é um dos restaurantes mais difíceis para se conseguir reserva na cidade.
Por enquanto, o Atera ainda segue com boas críticas e público interessante. Vale para quem quer experimentar a ideia sem se frustrar. Ah, e ainda assim as reservas devem ser feitas com dois meses de antecedência.