Matueté Blog
12 de fevereiro de 2022

:: RELATOS DE VIAGEM

O melhor do Uruguai, por Gabriela Figueiredo


 

RELATOS DE VIAGEM

 


 

No começo do ano, Gabriela Figueiredo voltou mais uma vez ao Uruguai, destino que está entre seus favoritos. Aqui, ela entrega os segredos de seu pueblo do coração e relembra que agora é a hora de aproveitar o melhor do país.

 


 

Já faz alguns anos que escolho o Uruguai para uma temporada de verão e, sempre que possível, o simpático vilarejo de Garzon está no meu roteiro. Estrategicamente localizado entre a praia e o campo, o destino tem apenas 80 habitantes e um clima de interior delicioso. O cenário? Praça com parquinho, duas vendinhas locais, cavalos e hortinhas nos quintais. Tudo no melhor estilo despretensioso, meio boho, meio chic, mas sem abrir mão de toques sofisticados, que incluem bons restaurantes e importantes centros culturais.

É lá, por exemplo, que fica um dos melhores restaurantes do país, comandado pelo chef Francis Mallmann. Assim como muitos expatriados, em sua maioria ingleses e new yorkers, o cozinheiro argentino faz de Garzon sua morada nos meses de calor.

Todas minhas visitas foram memoráveis, mas arrisco dizer que a última, no Réveillon, ganhou um lugar especial no meu caderno de viagens. Tive a sorte de participar de uma ceia no restaurante Garzon com direito ao próprio Francis Mallmann filetando o peixe na crosta de sal. Um banquete mágico, servido ao ar livre para poucos, como pedia o momento. Além disso, adorei estar em Garzon na época do festival de arte Campo Garzon. A cidade é tomada por galerias e intervenções e ganha um clima vibrante. Bares pop up e muita coisa acontecendo por ali, como a inauguração da instalação de Leandro Erlich, famoso pela piscina do 21st Century Museum de Kanazawa.

Para os entusiastas da arte, outra grande novidade na região é o Ta Kuht, skyspace do James Turrel. que fica em uma pousada pertinho da praia em Jose Ignacio. A visita foi incrível e mais incrível ainda é pensar que a experiência acontece em uma cidadezinha balneária do Uruguai. Recomendo reservar o primeiro horário e acordar de madrugada para ver o sol nascer multicolorido ali.


 

Sombra e água fresca

 

Minhas férias também foram de praia, praia e mais praia! Aproveitamos demais o sol, alternando os dias entre as praias Mansa e Brava, em Jose Ignacio. Virei tão local que aprendi a técnica perfeita de fincar o guarda-sol na areia – pode parecer algo simples, mas o vento é intenso. Ah: recomendo comprar uma das elegantes saídas de linho, vendidas pelos ambulantes.

E, para não perder um minuto de sol, antes de pisar na areia vale se abastecer das tortas veganas e sanduíches caprichados da Panaderia Jose Ignacio. Já no almoço pós-praia, a graça é ter um “chiringuito” favorito para chamar de seu – o La Huella, o La Susana e o El Chiringuito estão entre os meus. Além das delícias uruguaias, o programa pede a companhia de uma jarra de clericó.


 

Meio praia, meio fazenda

 

Para diversificar a programação, indico fazer uma degustação de azeites na O’33, uma vinícola e olival boutique, que tem um parque de esculturas em meio as oliveiras e parreiras. A arquitetura da bodega é linda e as crianças aproveitam bastante a experiência. Outra sugestão é conhecer a imponente vinícola Bodega Garzon. Tem ótimos vinhos e programas como passeio de bicicleta ou picnic pelas parreiras. Também não poderia deixar de citar um dos pontos altos da viagem, que foi a experiência de nadar com cavalos no rio da Estância Vik. O programa termina com um picnic sob a copa das árvores. Inesquecível!

Quando cai a tarde, nada como pedalar sem pressa pela cidadezinha Garzon e pelos campos nos arredores vendo o céu ganhar novos tons. Ou, quem sabe, terminar o dia com sorvete sabor super dulce na Heladeria de Jose Ignacio.

Como se nota, o verão no Uruguai é sinônimo de slow, slow travel para quem busca uma temporada leve, despretensiosa e deliciosa. Muito, muito sol, praia até cansar, delícias gastronômicas e experiências da vida no campo. Garanto que quem vai sempre encontrará um motivo para voltar.

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11 de janeiro de 2022

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Nossas escolhas para 2022


 

 

 

 


 

Um novo ano sempre traz com ele novas possibilidades. Aquela sensação única de ter um caderno em branco, esperando para ser preenchido com muitas histórias e caminhos inéditos

E como já virou tradição por aqui, perguntamos ao nosso time: quais viagens dos sonhos vocês pretendem tirar do papel em 2022? Das onças do Pantanal aos pinguins da Antártica, o resultado é um convite para planejar jornadas nada óbvias mundo afora. Inspire-se e conte conosco para embarcar nesta aventura fantástica que é desbravar o mundo.

 


 

“Buscar a Aurora Boreal na Noruega a bordo de um snowmobile e passear de bicicleta pelos castelos do Vale do Loire.” 
Luiza Moreira

“Mergulhar em um retiro na Chapada dos Veadeiros.”
Carolina Slemer

“Escorregar nas dunas dos Lençóis Maranhenses e ficar cara a cara com uma onça no Pantanal.”
Helo Palma

“Embarcar em um ski safari nas Dolomitas, parando de montanha em montanha. Comer bem, cansar o corpo e descansar a cabeça!”
Gabriela Figueiredo

“Explorar a cultura do chá no Sri Lanka e visitar as cidades bucólicas da Geórgia.”
Carolina Vergani

“Ver de perto a colônia de pinguins imperador na Antártica, a bordo de um pequeno cruzeiro de expedição.”
Anita Besson

“Fazer uma expedição pelo vulcão Etna com paradas estratégicas nas vinícolas da região. Também sonho em provar as ostras frescas da costa de Tomales Bay, em Napa Valley.”
Mayra Vita

“Acampar por uma noite no Deserto do Saara, no melhor estilo Berbere.” 
Mariana Villas-Boas

“Caminhar sem pressa pelas ruas de Paris, lembrando todas as histórias já vividas nessas vielas. De preferência, na companhia de um anfitrião vivido e sereno, que possa me contar tudo o que ocorreu na Cidade Luz.”
Bobby Betenson

Viver uma experiência junto aos índios Kayapó, em um lugar mágico e absolutamente único na Amazônia Brasileira.”
Bruno Domingues

“Embarcar em um passeio de jipe para desbravar as dunas do Oásis de Siwa, no Egito. Como pano de fundo, um pôr do sol nos mais inesperados tons de rosa e laranja.” 
Mage Pagano

“Embarcar em um passeio para conhecer as formações rochosas de Kleftiko, na ilha de Milos.Também gostaria de fazer um pic nic no silêncio dos Andes, depois de uma trilha na Patagônia.” 
Renata D’Angelo


Quer começar a tirar suas viagens do papel? Fale conosco!


Fotos: Sublime Comporta | Manawa | Visit Trentino | Matueté | Alvani_guia.nativo | Tuul and Bruno Morandi  | Hervé Mouyal | Antarctica Nature
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29 de novembro de 2021

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Que delícia é saber que vamos voltar a deslizar pela neve na próxima temporada de ski. Estamos animados com as primeiras imagens de cidades europeias sendo tomadas por um horizonte branquinho, branquinho e já começamos a fazer as malas para a próxima aventura.

Para inspirar, selecionamos dicas e novidades em alguns dos nossos destinos de inverno favoritos, além de notícias sobre o funcionamento destes lugares em tempos de Covid. Já pode começar o aquecimento….


 

Aspen

Estamos de Olho:

*A montanha de Snowmass terá um novo restaurante inspirado na gastronomia dos Alpes franceses, suíços e austríacos, o Alpin Room. Entre as delícias feitas com ingredientes locais, schnitzel de frango e torta floresta negra.

*O hotel Limelight, dos mesmos proprietários do Little Nell, passou por uma renovação e ganhou uma área dedicada às crianças.

* Para comemorar seus 75 anos, a estação convidou a artista italiana Paola Pivi para espalhar esculturas lúdicas pelas montanhas.

Vale saber: o destino pedirá comprovante de vacina na maioria dos hotéis e restaurantes, mas não nas montanhas.


 

França

Estamos de olho:

* O Les Airelles, uma das propriedades mais charmosas de Courchevel, terá três novos chalés no destino, no melhor estilo refúgio na montanha.

* Ainda em Courchevel, o Lilly of the Valley terá um chalé dos sonhos nesta temporada: são 585 metros quadrados, com seis quartos, lareira, spa, salas aconchegantes e até
mesmo um home office.

* O Airelles de Val d’Isere segue na lista dos nossos refúgios de montanha favoritos. O grupo tem propriedades incríveis na Europa, incluindo o Airelles Grand Contrôle que fica
no Château de Versailles.

Vale saber: para comprar o ski lift, será necessário apresentar o passe sanitário e muitos vilarejos terão postos de testagem. Para entrar nas gôndolas e nas cadeirinhas, o uso de máscara é um pré-requisito.

 


 

Suíça

Estamos de olho:

* O Grand Hotel Kronenhof, no vilarejo de Pontresina, foi repaginado e ficou ainda mais especial. O designer francês Pierre-Yves Rochon manteve toda a pompa do passado – o edifício é de 1848 –, mas adicionou um toque contemporâneo ao seu icônico bar, a sala da lareira e outros ambientes.

 

Vale saber: não será exigido comprovante de vacina nas estações, tampouco o uso de máscaras para subir as montanhas.


Pronto para ver a neve pintar tudo de branco de novo?
Fale com o seu consultor Matueté!

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11 de novembro de 2021

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1. Explora El Chaltén, Argentina

O aguardado hotel do grupo Explora na Patagônia argentina fica em uma reserva cinematográfica, com vista para o Vale Elétrico e o Glaciar Marcon. Para os entusiastas do trekking, é imperdível.

2. Bocas Bali, Panamá

paradisíaca região panamenha de Bocas del Toro finalmente ganhou um hotel à altura. Como cenário, uma ilha privativa entre o mar e o mangue com poucas villas debruçadas na água, diversas experiências aquáticas e todas as delícias de uma temporada pé na areia no Caribe.

3. Filhos da Lua, Praia da Pipa

Um refúgio com pegada eco e apenas nove bangalôs na praia de Minas. Inspirado em Bali, tem aquele clima despretensioso que tanto combina com férias pé na areia e detalhes especiais como uma fazenda orgânica.

4. Six Senses, Ibiza & Istambul

A gente é fã do grupo, então seus lançamentos são sempre festejados. O de Ibiza fica em uma baía cristalina no norte da ilha e o de Istambul restaurou uma antiga mansão otomana, às margens do Bósforos e distante do centro. Em comum, spas dos sonhos, comida deliciosa e a proposta wellness que é marca registrada do Six Senses.

5. Madame Rêve, Paris

Quem não precisa de um bom motivo para rever Paris? Este hotel ocupa um prédio espetacular do séc. XIX, que funcionou como sede dos Correios. Tem um rooftop com uma vista incrível para a Torre Eiffel e um restaurante mediterrâneo muito charmoso. Para completar, fica a poucos passos do centro cultural Bourse du Commerce e da loja de departamentos Samaritaine, duas novidades recentes do destino.

6. Casa della Capra, Itália

Intimista e cheia de bossa, essa propriedade já ocupa um lugar especial na nossa lista de favoritos. Às margens do lago Mergozzo, é focada em arte, gastronomia e bicicleta, as grandes paixões dos proprietários que, por sinal, são brasileiros.

7. Castello di Reschio, Itália

Essa propriedade mágica e cheia de história tem nos feito sonhar por aqui. Comandada por uma família italiana que tem muito bom gosto, reúne um castelo milenar e algumas casas em um cenário especial entre a Umbria e a Toscana. Dolce far niente com passeios de bicicleta, partidas de tênis, aulas de culinária, cavalgadas e caça às trufas.

8. Soho House, Roma

O clima descolado do grupo em uma localização mais fora da rota turística de Roma, no bairro de San Lorenzo. Além dos quartos e apartamentos, tem um cinema simpático, piscina, bar e rooftop com vista para a cidade.

9. The Hythe, Vail

Um autêntico refúgio de montanha com experiências sob medida para cada viajante e acompanhadas por especialistas. A lista inclui caminhadas, ski em pistas escondidas e até aulas de culinária. E o spa promete!

10. Le Damantin, Paris

Pequeno e intimista, esse hotel fica em um palacete todo restaurado, pertinho do Triângulo de Ouro, que concentra grifes, galerias e restaurantes de peso. São apenas 44 quartos – alguns com vistas lindas do Sena e da Torre Eiffel –, um restaurante italiano e um spa delicioso.

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:: RELATOS DE VIAGEM

Ninguém melhor do que Gabi Figueiredo para a nova edição da série Viajando com, em que convidamos viajantes para contar suas mais incríveis descobertas em andanças nada óbvias.

Das caminhadas na Índia aos encantos culturais do Japão, ela é especialista em pesquisar os mais minuciosos segredos de um destino para garantir que seus roteiros sejam marcados pelo autêntico, pelo inesperado. A seguir, Gabi divide conosco suas experiências mais genuínas para que suas próximas viagens sejam únicas, daquelas que ficam para sempre na memória e no coração. Prontos?

1.Se você pudesse viajar para qualquer lugar amanhã, para onde iria?

Japão. Mesmo chegando só depois de amanhã! Conhecer o Japão é mais do que uma viagem no espaço. É uma viagem no tempo, para o futuro, mas um futuro imagético, de neons, robôs e vending machines. E é minha grande frustração pandêmica: tinha planejado passar dez dias em Kyoto no Réveillon de 2020 – aguardando ansiosamente a reabertura.

2.Qual a memória de viagem que mais aquece o seu coração?

De tempos em tempos, tento fazer uma viagem só com a minha mãe. Gostamos de alugar apartamentos e passar muitos dias numa cidade só, batendo perna, comprando comidinhas nas vendas locais, vendo tudo o que tem para ver, comendo em todo tipo de restaurante. Fizemos isso uma primeira vez em Paris e foi muito especial. Alugamos um apartamento que era uma antiga cocheira de um prédio do séc. XVIII, ao lado do Marché des Enfants Rouges e, na cartinha de boas vindas, o proprietário incluía um voucher para um buquê de flores de uma banca do mercado. Fomos correndo buscar o nosso e nunca me esqueço da alegria que esse pequeno gesto significou.

3.Conte pra gente seu segredo, aquele cantinho no mundo que só você conhece.

A taverna Kalofego, na praia de Pori, em Koufunisia.
Com 17km de perímetro (e 5 km² de área), é uma verdadeira joia das Cíclades. A típica ilha grega pacata, com cabras nas montanhas, janelas azuis, igrejinhas brancas e praias de cair o queixo, como Pori (de areia, em forma de meia-lua, perfeita). No fundo da praia, uma taverna, com mesinhas ao ar livre e um menu que muda todo dia, com uma abordagem muito atual da cozinha mediterrânea e os melhores ingredientes locais. Até a infalível salada de tomate com feta é melhor lá.

4. Todo mundo tem uma história curiosa de viagem. Conte pra gente um fato estranho que aconteceu com você.

Eu torci meu pé na minha festa de casamento e embarquei, no dia seguinte, para o Atacama com um robofoot na perna esquerda. Imagine uma viagem onde andar seria importante? Então, eu cheguei de cadeira de rodas. O Explora, onde fiquei, além de ser 100% acessível, conseguiu fazer uma mágica: transformou aqueles dias de tal forma que eu não perdesse nada. Consegui ver um dos cenários mais impressionantes da minha vida ­– o Salar de Tara – e até me aventurei numa baguncinha nas dunas no último dia. Lua de Mel é para ser inesquecível e a minha certamente foi.

5. A refeição mais memorável que já aconteceu em uma viagem.

Uma vez, há mais de 10 anos, eu me hospedei no Garzon, pousada que fica em um vilarejo perdido no tempo no Uruguai, do chef argentino Francis Mallman. Era um Réveillon e estava conformada que a virada seria ali mesmo, há alguns bons quilômetros da onda mais próxima. A surpresa veio na ceia: Francis estava lá com sua família e amigos e preparou todo o jantar pessoalmente. Maravilhas como vieiras a la plancha com radicchio, cordeiro com papas domino, tarteletas, todas feito pelo grande chef. Não bastasse o banquete, a noite teve ótima companhia e muita animação com uma turma inusitada que Mallman reuniu – com um marchand inglês, um casal de arquitetos holandeses, uma artista plástica baiana. Desde então, voltei todos os verões para o Uruguai fazendo uma parada obrigatória no Garzon para ao menos uma refeição.

6. Um quarto de hotel que te faz sonhar acordada…

Quando me hospedei pela primeira vez no Dolder Grand, em Zurique, alguns vários anos atrás, fiquei muito impactada. O hotel era muito tecnológico para seu tempo e era a primeira vez que eu via coisas como cortinas controladas por Ipad, TV no espelho do banheiro, automação de luzes – tudo com espaço, muita luz, vistas da cidade e uma varanda enorme, cercada pelo véu metálico projetado por Norman Foster para envolver o castelinho histórico do hotel original. Não dava vontade de sair.

7. Qual o maior choque cultural que já viveu?

Com certeza, todos os choques da Índia – da pobreza à espiritualidade, passando pela estética e pela loucura das cidades. Mas tem uma historinha em especial que me marcou. Viajei num roteiro de caminhada pelas montanhas do Kumaon, num dos programas incríveis que a Matueté organiza e uma das viagens mais legais que existem no mundo. Esse roteiro é 100% privativo, todo acompanhado por um guia e com hospedagem em casinhas locais retrofitadas, um charme. Nosso guia, Reno, devia ter uns 23 anos. Falava um inglês impecável por conta de um intercâmbio na Nova Zelândia. Era originalmente do Assam, região da Índia pra lá de Bangladesh, de uma cidade sem acesso rodoviário (demorava um dia a pé, depois da última estação de trem, para chegar ao vilarejo onde nasceu).

Reno era um ótimo companheiro e saber da vida dele era um dos muitos atrativos do roteiro. No final de um dia intenso de caminhada, já começando a esfriar, tivemos a notícia de que a casinha daquela noite estava sem água quente. Fiquei imediatamente frustrada, já pensando no potencial desconforto. Mas fui recebida com um balde de cobre com água escaldante, toalhas de linho e uma canequinha linda, um sabão artesanal perfumado e aquele acabou sendo o banho mais gostoso da viagem. Comentei com Reno que a minha primeira experiência de banho de balde tinha sido um sucesso. O choque, aí, foi dele: ‘Você nunca tinha tomado um banho de balde? Eu vi um chuveiro pela primeira vez aos 18 anos, quando cheguei em Auckland! Nem sabia como funcionava’. O banho, que para mim era inédito, era a realidade de quase uma vida toda do Reno.

8. Qual o seu filme, livro ou programa de TV sobre viagens favorito?

Os programas do Anthony Bourdain, Parts Unknow e o mais antigo, No Reservations. Tinha me esquecido de quanto gostava, até ver o documentário sobre sua vida, Roadrunner, lançado esse ano. Comecei a rever todos os episódios das séries originais, me deliciando com seu olhar crítico, humor ácido e curiosidade por personagens e comidas mundo afora, sempre procurando o único, o diferente, o real. Amo demais e sinto muita falta.

9. Temos só dois dias para conhecer a sua cidade, São Paulo: quais programas imperdíveis recomenda?

Começaria torcendo para que seja um sábado e um domingo! Eu amo ficar em São Paulo no final de semana e pré-pandemia tinha uma vida urbana bastante ativa. No sábado, um tour arquitetônico, como os que a Superbacana oferece com a curadoria e o conteúdo de um especialista, terminando no Centro, com caipirinhas e petiscos no Orfeu, aos pés do Copan e visitando a deliciosa livraria Megafauna. No domingo, bicicleta e centros culturais de ponta a ponta da Avenida Paulista: IMS, Masp, Japan House. São imperdíveis e, de quebra, contam com excelentes restaurantes: Balaio, A Baineira, Aizomê. É meu programa preferido.


Deu vontade de conhecer o mundo de uma maneira absolutamente única?
Fale com o seu consultor Matueté para saber mais sobre estas e outras jornadas raras.

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