Olá,
Quem me conhece sabe do meu desejo antigo em ver a aurora boreal, um dos maiores espetáculos da natureza. As auroras são difíceis de prever e mesmo sabendo que não teria garantia de vê-las, essa foi minha principal motivação quando decidi conhecer a Islândia.
Próxima ao Círculo Polar Ártico, tem estações do ano bem distintas. Escolhi viajar no inverno, na semana do meu aniversário e para ver uma ilha branca (nunca imaginei que encontraria tamanha variedade de uma cor tão pura!), com dias curtos que duram apenas quatro horas.
No verão parece que a paisagem muda por completo, as noites praticamente não existem, os animais ficam soltos no pasto e a ilha é verde, fazendo um contraste bonito com o branco das geleiras.
Há um ditado curioso por lá: “se você não está satisfeito com o clima, espere 5 minutos”e é verdade, já que ele muda o tempo inteiro. Ainda assim o ar é puro, o céu é lindo e a Islândia é considerada um dos países menos poluídos e mais saudáveis do mundo!
Sua capital é Reykjavík (pronuncia-se Reiquiavique) e o nome quer dizer “baía fumegante”. Por incrível que pareça, a cidade de telhados coloridos e sem muita modernidade aparente, passou a ditar tendência graças a efervescente cena artística e ao Harpa Complex, um centro cultural projetado pelo artista Olafur Eliasson. Tem uma vida noturna animada, bares com apresentações de artistas promissores e ótima gastronomia, incluindo o melhor hot dog do mundo, segundo os locais.
É um destino para aventureiros sem frescuras de conforto. Como o turismo é relativamente recente, o serviço nos hotéis é informal, do tipo faça você mesmo. E quem não quer ficar atolado na neve, deve contar com um motorista experiente a bordo de um Super 4X4 já que as atividades requerem grandes deslocamentos – inclusive foi preciso socorrer alguns motoristas desavisados enquanto estivemos por lá!
E há muito a se fazer: caminhadas por geleiras, passeios de snowmobile, conhecer o parque Thingvelli (patrimônio da UNESCO), as quedas d’agua Gulfoss e Seljalandsfoss, o trenó puxado por huskies (um must para as crianças), cavernas de gelo, observar as baleias e, para os que conseguem enfrentar uma água fria (média de 0ºC), ainda existe o mergulho entre as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia.
Sem contar a emoção de um sobrevoo em helicóptero e ver as belas praias de areia preta e crateras em erupção. Esse passeio é obrigatório para entender a dimensão e a natureza crua da Islândia e foi um dos mais bonitos que já fiz na vida, um must see!
Ao final, ainda ganhei uma surpresa do meu marido (e melhor companheiro de aventuras): encontrar uma garrafa de champanhe escondida na neve e celebrar meu aniversário do jeitinho que eu gosto: viajando em boa companhia!
E a aurora boreal, Anita? Pois é, não foi desta vez. O que reforça que nem mesmo condições perfeitas garantem vê-las. Mas, minha busca não acaba aqui e a Islândia deixa um gostinho de quero mais.
Quem sabe no verão, uma atmosfera diferente, verde e colorida. Quem sabe apreciar o sol da meia noite, explorar o Norte, ou dar uma esticada na Groenlândia. Uma nova aventura e a renovação do meu desejo antigo: o esplendor da aurora boreal…
Espero que este relato te motive a viver experiências incríveis mundo afora!
Um grande abraço,
Anita Besson Moraes Abreu