Viajando com Bobby Betenson
Seguimos em busca de jornadas transformadoras mundo afora.
Na série Viajando com, convidamos viajantes para contar suas mais incríveis descobertas em andanças nada óbvias para inspirar seus próximos planos.
O entrevistado da vez é nosso sócio-fundador Bobby Betenson, um eterno apaixonado pela natureza, que gosta de fazer as malas para descobrir novas visões de mundo. A seguir, ele abre seu baú de memórias e revela histórias que vão dos prazeres da boa mesa na Toscana aos encantos do Pantanal. Entre mares e montanhas, não faltam boas aventuras para realizar em breve.
Se pudesse viajar para qualquer lugar amanhã, qual seria sua escolha?
Para um destino na natureza, me reconectar. Evitaria cidades grandes e tempo demais em carros ou trens. Esquiar e sentir o ar limpo das montanhas provavelmente. Ou quem sabe velejar pela Europa: curtir a linda cor da água do Mediterrâneo com o conforto
de um barco privativo.
Todo mundo tem uma história curiosa de viagem. Conte pra gente as suas mais marcantes.
Quando fui à África do Sul pela última vez, revisitei seis reservas em torno do Kruger Park em sete dias. Nesta região, estão os únicos três leões albinos selvagens no mundo, que transitam livremente por todas essas propriedades – não há qualquer cercas entre elas. E acreditem que tive o privilégio de ver um deles logo pela manhã na fronteira do Kruger com Moçambique e, à tarde, os outros dois no lado oeste do parque. Posso dizer que sou um dos poucos, ou até o único, a ter visto todos os leões brancos selvagens do planeta no mesmo dia!
Qual a memória de viagem que mais aquece o seu coração?
Uma temporada na Toscana ao lado de bons amigos, experimentando vinhos de pequenos produtores, comprando delícias fresquinhas em mercadinhos locais. E, claro, celebrando a amizade diariamente em torno de uma boa mesa regada a risadas espontâneas e abundantes!
Conte pra gente seu segredo, aquele cantinho no mundo que só você conhece.
As salinas e vazantes do Pantanal da Nhecolândia. Em uma determinada época do ano, o destino oferece um dos pernoites ao ar livre mais lindos que se pode imaginar.
Qual o seu filme, livro ou programa de TV sobre viagens favorito?
Hoje, acho os programas de viagem muito produzidos e desconfio se os lugares são realmente tão bonitos quanto aparentam. Os livros me conectam mais aos destinos por conta do relato narrativo. Gosto das obras de aventuras e busco, a partir delas, recriar meus roteiros.
Quando estou in loco, adoro os guias da Fodors para me aprofundar na história e nos detalhes do destino.
A refeição mais memorável que já aconteceu em uma viagem.
Um jantar no restaurante do hotel Abadia Retuerta, à beira Duero, bem perto da famosa vinícola Vega Sicilia. O salão ocupa o antigo refeitório dos abades do século 15 e ainda mantém parte dos afrescos originais. Além do local ser lindíssimo, a comida é espetacular e o vinho, perfeito. Realmente memorável.
Tirando a sua própria casa, qual o seu lugar no mundo, aquela cidade, vila, rua que te faz sentir abraçado?
No Brasil, o Pantanal: estar lá me traz uma sensação deliciosa de voltar para casa. Na Europa, Zurique é uma cidade que adoro e sempre
tenho vontade de revisitar.
Qual o maior choque cultural que já viveu?
Uma visita às comunidades indígenas do Alto Xingu, dentro da reserva. Nesta viagem, entendi que nosso contato pode destruir um povo tão diferente, ainda que façamos de tudo para protegê-los. Já estive com comunidades diferentes mundo afora e de todas as partes do Brasil, mas a proximidade física e a distância de valores nesta ocasião mexeu muito comigo.
Um quarto de hotel que te faz sonhar acordado …
Certamente o de Singita Lebombo, na África do Sul. Fica pendurado na encosta de um rio onde hipopótamos, crocodilos e outros animais bebem água o tempo todo. E para quem gosta de dormir acompanhado pelos sons da natureza, eles montam uma cama – protegida por mosquiteiro – na varanda.
Temos só dois dias para conhecer a sua cidade (São Paulo), quais programas imperdíveis recomenda?
Considerando que o viajante não conhece nada do Brasil, recomendaria um passeio de bike da Vila Madalena aos Jardins, que poderia começar em uma feira de rua e acabar com um drink em um dos restaurantes mais elegantes da cidade. No caminho, paradas estratégicas para visitar lojas e galerias dos dois bairros. Também recomendaria velejar na represa de Guarapiranga ao final do dia, com as novas torres espelhadas do Parque da Cidade no horizonte. Afinal, mesmo dentro da louca selva de pedra que é São Paulo, ainda há alguns refúgios de contato com a natureza.
O que te motiva a viajar?
Conhecer gente que pensa diferente de mim, sem necessariamente entrar em conflito, mas apenas perceber as situações de um ângulo que jamais considerei. O mundo é tão diverso, mas nossos desafios são essencialmente os mesmos.
Sonhando com estas e outras aventuras? Fale com seu consultor Matueté e descubra mais sobre experiências únicas pelo mundo.